quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Quatro anos sem a Fran

Mais um ano se passou.....
Agora são quatro anos sem a minha irmã....
Saudades? Muitas.... De suas risadas, de suas conversas, de falar qualquer coisa, de ligar apenas para saber como está, de dividir as angústias e alegrias do dia a dia.
Mas ela continua presente em nossas vidas, na lembranças que nunca se apagarão, mas principalmente no meu coração e de todos que sentem muito a sua falta.
Prefiro pensar que ela esteve aqui por um motivo: alertar alguns jovens sobre o uso de drogas.
No mês de setembro ministrei uma palestra falando sobre o blog e toda a história da Fran no Colégio Geração, em Florianópolis.
Foram dois momentos, um com os pais, e no dia seguinte com os jovens. Eram muitos adolescentes escutando a história dela, vendo que realmente "aquela viagem" pode não ter volta. Foi emocionante ver a concentração deles na história que eu estava contando, uma história real e que pode acontecer com qualquer um. Se com essa história pelo menos alguém for impedido de entrar nesse mundo, já valeu a pena.
E acredito que a Francine ajudou muita gente através de sua história de vida. Então, temos que pensar que ela pode ter vindo para esse mundo com o intuito de ajudar outras pessoas. Assim consigo acalmar meu coração.
Continuo tendo dias felizes e outros mais tristes. Sinto falta dela e da minha mãe. Mas agora ganhei um outro bebê. Tenho mais uma menininha, de 4 meses. A Clara já tem 7 anos e elas me fazem muita companhia. Mas o que eu mais sinto falta é não poder dividir com a mãe e a Francine as conquistas das minhas pequenas. Uma nota 10 na escola, o primeiro sorriso da bebê....Isso dói, mas tento viver em paz e aceitar o que Deus colocou no meu caminho.
E é isso pessoal, como sempre escrevo, continuem divulgando o blog, essa história nunca sairá "de
moda", infelizmente. E quando precisarem de ajuda, é só chamar!
Ah... talvez saia algum livro por aí... vamos ver se vai dar certo. Mas pode deixar que divulgo aqui e no facebook.

Um grande beijo
Isabela

segunda-feira, 11 de março de 2013

Aniversário de 30 anos da Fran

Hoje minha irmã completaria 30 anos de vida! Agora esse é um dia triste para mim, pois não  posso comemorar mais essa data com ela.
E me lembro quando ela nasceu, pois temos oito anos de diferença. Lembro que era de manhã e meu pai ia fazer um concurso. A  minha mãe sentiu dores e pediu para o meu pai fazer a prova e voltar correndo para eles irem até Blumenau, onde o bebê nasceria. Nós saímos de Florianópolis, meu avô pegou eu e meu irmão  na BR 101, para meu pai não precisar entrar em Itajaí, e continuaram viagem até Blumenau. Fomos para a casa dos meus avós e depois para a casa de uma tia, com nossos primos da nossa idade. Recebemos a notícia do nascimento: era uma menina, nasceu as 17:05 hs, de parto normal, mas pelo que eu me lembro, ela estava virada e o médico conseguiu colocá-la de cabeça para baixo para ela nascer, sem precisar fazer cesárea. Passou tudo bem com minha mãe. Ela era bem pequenina e eu me achava a mãe da Francine, eu escolhi o nome e cuidava dela o tempo todo.
E ela cresceu, se tornou uma menina linda, apaixonada pelos animais desde bem criança. Dividíamos o quarto e ela destruiu todas as minha bonecas. Mas eu a amava demais, ficava muito com ela pois minha mãe trabalhava o dia todo.
Quando ela tinha uns 3 anos, meus pais passaram um fim de semana fora para ir a um casamento e nós ficamos com a moça que trabalhava na nossa casa. No domingo a tarde a Fran foi andar de bicicleta com a moça e de repente eu vejo ela voltando chorando... tinha caído e machucado a testa, perto do olho. Imagina, naquela época não existia celular, tudo era mais difícil. Eu não sabia o que fazer. Falei com a esposa do zelador do prédio, ela pegou a carteirinha de saúde da filha pequena dela e nós fomos pegar um ônibus para o Hospital Infantil. Ela chorava dizendo que não queria ir no "mécodo". Quando chegou o ônibus, ela achou o máximo e disse que de "omios" ia ser legal ir no "mécodo", e parou de chorar. Fomos até lá, ela foi atendida, levou 3 pontos, e voltamos para casa. Eu devia ter uns 11 anos, não avisei ninguém da família. Quando meus pais chegaram já estava tudo resolvido, a Francine feliz da vida com três pontos bem pertinho do olho. Meus pais não acreditaram!!! Foram até o Hospital falar com quem tinha nos atendido e agradecer. E eu disse que a sorte é que tínhamos ido de ônibus, porque senão ela iria ficar chorando o tempo todo.
E muitas histórias vieram, pois ficamos 26 anos juntas....muitas brigas, muitas festas, muitas conquistas e derrotas, e infelizmente a grande vitória das drogas que levou a minha querida irmã.
Eu sempre amarei a minha querida irmã!!!!